segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Carta da Ministra Geral da OFS a Dom Cappio




Roma, 16 de dezembro de 2007.

Caríssimo Irmão Dom Frei Luiz Cappio,
PAZ E BEM!

Em nome dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular - OFS e da Juventude Franciscana – JUFRA, presentes em 107 países do mundo, com mais de 400.000 membros, vimos apresentar nossa solidariedade a sua nobre e corajosa iniciativa, pondo em risco a própria vida, para que a verdade prevaleça em defesa dos menos favorecidos, na polêmica e bilionária obra de transposição das águas do grande Rio São Francisco, no Brasil.

Como medida para sensibilizar ao Presidente da Republica, o Governo central e a sociedade civil do Brasil, em não estabelecer um verdadeiro, transparente e participativo diálogo sobre a transposição de parte das águas do Rio São Francisco, temos exortado todos os franciscanos seculares, homens e mulheres e Jufristas para que, fortalecidos pela Eucaristia, na qual “Cristo nos une a Si e entre nós como um único corpo”, pela oração, que é “a alma do próprio ser e do próprio agir” e pelo “testemunho da própria vida humana, bem como por iniciativas corajosas, quer individuais quer comunitárias, na promoção da justiça, comprometam-se com opções concretas e coerentes com sua fé”, se unam em defesa da sua atitude.

Com efeito, responsabilizamos ao Governo Federal, particularmente ao Presidente da República, e pedimos imediata suspensão definitiva das atuais obras e que reabra o diálogo, priorizando a revitalização do Rio São Francisco, para depois pensar em adução ou outras soluções alternativas à cobiçada transposição.

Temos solicitado aos irmãos e irmãs de serem conscientes de que estamos diante dos desafios com os quais somos chamados a dar testemunho, com valores que o mundo nem sempre entende. Mas, é na perseverança, na serenidade e na esperança, que envolve nossas vidas, que mostramos ao mundo a grandeza e a beleza de nossa vocação franciscana secular.

Caro irmão, Dom Cappio, que o Deus da Vida, por intercessão de São Francisco de Assis, que por seus méritos deu nome ao rio, o acompanhe nesta batalha e o alimente com os Dons do Espírito Santo, e ilumine a tantos quantos envolvidos nesta causa, para que tenhamos um final justo e feliz para todos.

Encarnación del Pozo
Ministra Geral OFS
Rosalvo G. Mota
Vice-Ministro Geral da OFS



quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Carta do Ministro Geral em apoio a D. Luiz Cappio

Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo
Roma (ITA) -
Querido irmão D. Frei Luiz Cappio, O Senhor te dê a paz!
Com enorme atenção e não menos preocupação estou seguindo o desenrolar da greve de fome que retomaste como medida para sensibilizar o Governo central e a sociedade civil do Brasil, sobre o tema da transposição de uma parte muito significativa das águas do Rio São Francisco.

Por este motivo, assim como na vez anterior, quero expressar-te minha presença fraterna e, sobretudo, minhas mais fervorosas orações para que esta situação chegue a bom termo o quanto antes.

Além do zelo pastoral e da sensibilidade social que te animam, conheço tua reta intenção e a generosidade com a qual tens assumido esta posição extrema de jejum e oração em favor das populações que vêem atingidas pela realização do projeto em andamento.

Porém, também estou consciente do sério perigo em que se encontra tua existência ao não ingerir os meios ordinários de subsistência.

Por esta razão, desejo fazer uma chamada de atenção fraterna às Autoridades do Governo Federal e às Pastorais e aos Movimentos sociais para que reabram um diálogo, como tu dizes, "verdadeiro, transparente e participativo", de tal maneira que, mantendo firmes os ideais da justiça e da solidariedade, e a partir de um estudo sereno dos diversos projetos técnicos e financeiros da transposição de uma parte das águas do Rio São Francisco, se busquem as melhores alternativas que beneficiem as populações pobres do nordeste e não atentem contra o sistema ecológico da região.

Querido irmão Luiz, que o Deus da vida, que se encarnou no seio da Virgem Maria, justamente para dar-nos vida em abundância, te siga acompanhando e iluminando neste momento.

Que tua vida, como Irmão Menor e Pastor de um povo, seja sinal de esperança para a realização dos sonhos de novos e melhores dias para o povo que vive junto às margens do Rio São Francisco, sem por isso pô-la em grave perigo.

Fraternalmente,
Fr. José Rodríguez Carballo, ofmMinistro geral

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ereção da Fraternidade Sta. Maria dos Anjos

Queridos irmãos

No site dos Frades Franciscanos tem uma excelente reportagem sobre a Ereção da Fraternidade Santa Maria dos Anjos, em Bragança Paulista.

O texto foi escrito por Frei Régis Daher, ofm está disponível no endereço seguinte:
http://www.franciscanos.org.br/noticias/noticias_especiais/novafraternidade_131107/

Paz e Bem
Oswaldo

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dinâmica de grupo na OFS Valongo

No terceiro Domingo de outubro, na Formação Permanente, a respeito do tema Solidariedade, tivemos a oportunidade de desenvolver uma Dinâmica de Grupo chamada "Máquina Humana", onde dividimos a fraternidade em 4 grupos, ficando cada grupo encarregado de montar uma "máquina" formada pelos componentes.


Foi muito divertido e aprendemos uma bela lição: guardadas as devidas proporções, nossa fraternidade é semelhante a uma "máquina", onde cada "peça" (cada irmão) tem uma função bem definida. Se uma peça não "funciona" direito, a "máquina" não consegue executar sua missão a contento.


Existe um grande diferencial, no entanto, em relação a uma máquina: no caso da fraternidade não podemos descartar nenhuma "peça", mesmo que não esteja em seu melhor "funcionamento". Isso é um desafio para a Solidariedade das restantes "peças" que precisam assumir maiores responsabilidades em função desse fato.


Nas fotos abaixo, alguns momentos da dinâmica (a qualidade das fotos não é muito boa pq. foram tiradas com celular).


Abração. Paz e Bem.

Oswaldo


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Morrer para viver mais e melhor

Leonardo Boff (teólogo)

O sentido da vida depende do sentido que damos à morte.

Se a morte é vista como simples negação da vida e como tragédia biológica, então vale o que São Paulo já dizia: "comamos e bebamos pois amanhã morreremos".

Mas há culturas que lhe deram um sentido mais alto. Ela é oportunidade de construir o próprio destino e de plasmar o mundo à nossa volta consoante um projeto civilizatório.

O cristianismo, por sua vez, propõe a sua representação da morte. Não contrária à vida, mas como uma invenção inteligente da vida para poder dar um mergulho radical na Fonte de toda vida.

A morte não seria um fim-termo mas um fim-meta alcançada, um peregrinar rumo ao Grande Útero paternal e maternal que enfim nos acolherá definitavamente. Dentro do cristianismo desenvolveu-se, com referência à morte, uma tradição de grande significação e de sentido de festa.

Trata-se da tradição franciscana. Francisco de Assis conseguira uma reconciliação bem sucedida com todas as coisas, com as profundezas mais obscuras de nossa vida e com suas dimensões mais luminosas. Cantava a morte como irmã. Não como bruxa que nos vem arrebatar a vida mas como irmã que nos introduz no reino da plena liberdade. Morreu cantando salmos e cantigas de amor da Provence.

Os franciscanos todos guardam esta herança sagrada na forma como celebram a morte de algum confrade, membro da comunidade. A mim, com frade (que ainda sou em espírito) me tocou vivenciá-lo inúmeras vezes.

É simplesmente comovedor - uma pequena antecipação do novo céu e da nova Terra - dentro deste já cansado planeta. Ao se aproximar a morte do confrade, toda a comunidade se reune ao redor de seu leito. Recitam-se salmos e orações, infundindo confiança ao moribundo para o Grande Encontro.

No dia em que morre, à noite faz-se festa. É a chamada "recreação". Ai há confraternização, comida, bebida, comentários sobre a saga pessoal do confrade falecido e jogos de vários tipos.

No dia seguinte faz-se o enterro. E à noite, nova "recreação" festiva. O que se esconde atrás desse rito de passagem? Esconde-se a crença de que a morte é o vere dies natalis, o verdadeiro Natal da pessoa, o momento em que acaba de nascer definitivamente. Como não estamos ainda prontos, embora inteiros, cada dia vamos nascendo, progressivamente, até acabar de nascer. Isso dá-se na morte. Esta não é a campa da vida. É seu berço.

Quem pode se entristecer com o nascimento da vida? É Natal e Páscoa, magnificação da vida mortal que a partir da morte se eterniza. Portanto, há bons motivos para festejar e celebrar.

O efeito desta compreensão é a desdramatização da morte e a jovialidade da vida. A vida não foi criada para terminar na morte, mas para se transformar através da morte. Esta representa aquele momento alquímico de passagem para uma outra ordem de realidade, onde a vida pode continuar sua trajetória de expressão das infinitas possibilidades que contém, até aquela de poder se fundir com a Suprema Realidade.

Então podemos dizer: não vivemos para morrer. Morremos para viver mais. Melhor ainda: para permitir a ressurreição da carne que é a revolução dentro da evolução

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Capítulo Eletivo

Mensagem enviada pela fraternidade S. Francisco de Assis, em Guarulhos-SP.
Paz e Bem
Oswaldo
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PAZ E BEM!
HOJE, DIA 21 DE OUTUBRO DE 2007, ACONTECEU O CAPÍTULO ELETIVO DE NOSSA FRATERNIDADE E FORAM ELEITOS PARA O TRIÊNIO DE 2007 A 201O:
MINISTRA: NILCEIA CRISTINA PREVELATO DE ALMEIDA CASTELHANO;
VICE-MINISTRA: MARLENE DUARTE;
MESTRA DE FORMAÇÃO: MARIA LUISA ALVES DE PAULA;
SECRETÁRIA: MELÂNDIA PIFFER CACELA;
TESOUREIRA: ANA MARIA LOBATO CHAVES;
ANIMADOR VOCACIONAL: LUÍS CARLOS DA SILVA.

QUE DEUS NOS INSPIRE POR SEU ESPÍRITO SANTO , NOSSO MINISTRO GERAL, QUE SEJAMOS VERDADEIROS SERVIDORES DE JESUS CRISTO, E POSSAMOS LEVAR COM A SUA GRAÇA TODOS OS NOSSOS IRMÃOS A UMA AUTÊNTICA VIDA EVANGÉLICA CONFORME À REGRA QUE PROFESSAMOS. AMÉM.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ereção da Fraternidade de Bragança Paulista

08/10/2007
Ereção da Fraternidade da OFS-Bragança Paulista

Bragança Paulista (SP)

Os Irmãos e Irmãs da Fraternidade Santa Maria dos Anjos de Bragança Paulista convidam para a Missa de Ação de Graças quando será feita a Ereção Canônica da Fraternidade bem como o Compromisso Definitivo de Vida Evangélica na Ordem Franciscana Secular.

Local – Asilo de Mendicidade São Vicente de Paulo
Data – 10 de novembro de 2007
Horário – 18h30
Endereço – Rua Dr. Albino Dantas, 220 - Centro (Próximo ao Jardim Púbico)
Bragança Paulista
Fone – (11) 40330545

(fonte: www.franciscanos.org.br)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ciência e Espiritualidade Leonardo Boff - Teólogo

(texto enviado pela Ir. Claudete)

É de Einstein a frase:"a ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega". Com isso queria dizer que a ciência levada até a sua exaustão termina no mistério que produz assombro e encantamento, experiência típica das religiões. A religião que não se abre a este mistério das ciências deixa de se enriquecer, tende a se fechar em seus dogmas e por isso fica cega.

A ciência se propõe explicar o como existem as coisas. A religião se deixa extasiar pelo fato de que as coisas existem. O que é a matemática para o cientista é a oração para o religioso. O físico busca a matéria até a sua última divisão possível, os topquarks, chega aos campos energéticos e ao vácuo quântico. O religioso capta uma energia inefável, difusa em todas as coisas até em sua suprema pureza em Deus.

Ciência e religião se perguntam: O que se passou antes do Big Bang e do tempo? Muitos cientistas e religiosos convergem nesta compreensão: Havia o Mistério, a Realidade intemporal, no absoluto equilíbrio de seu movimento, a Totalidade de simetria perfeita e a Energia sem entropia.

Num " momento" de sua plenitude, Deus decide criar um espelho no qual pudesse ver a si mesmo. Cria aquele pontozinho, bilionesimamente menor que um átomo. Um fluxo incomensurável de energia é transferido para dentro dele. Aí estão todas as possibilidades. Potencialmente todos nós estávamos lá juntos. De repente, tudo se inflacionou e depois explodiu. Surgiu o universo em expansão. O Big Bang, mais que um ponto de partida, é um ponto de instabilidade que no afã de criar estabilidade, gera unidades e ordens cada vez mais complexas como a vida e a nossa consciência.

O Princípio de auto-organização do universo está agindo em cada parte e no todo. Neste universo tudo tem a ver com tudo, formando uma incomensurável rede de relações. Deus é a palavra que as religiões encontraram para esse Princípio, tirando-o do anonimato e inserindo-o na consciência. Para defini-lo não há palavras. Por isso, é melhor calar do que falar. Mas se tudo é relação, então não é contraditório pensar que Deus seja também uma relação infinita e uma suprema comunhão.

Ora, esta idéia é testemunhada pelas tradições religiosas. A experiência judaico-cristã narra continuamente as relações de Deus com a humnidade, um Deus pessoal que se mostra em três Viventes: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O ser humano sente esta Realidade em seu coração na forma de entusiasmo (filologicamente significa ter um deus dentro). Na experiência cristã, diz-se que Ele se acercou de nós, fez-se mendigo para estar perto de cada um. É o sentido espiritual da encarnação de Deus em nossa miséria.

A ânsia humana fundamental não reside apenas em saber de Deus por ouvir dizer, mas em querer experimentar Deus. Atualmente, seria a ecologia profunda, a que cria o melhor espaço para semelhante experiência de Deus. Mergulha-se então naquele Mistério que tudo penetra e tudo sustenta.

Mas para aceder a Deus, não há apenas um caminho e uma só porta. Essa é a ilusão ocidental, particularmente das igrejas cristãs, com sua pretensão de monopólio da revelação divina e dos meios de salvação. Para quem um dia experimentou o Mistério que chamamos Deus, tudo é caminho e cada ser se faz sacramento e porta para o encontro com Ele. A vida, apesar de suas muitas travessias e das difíceis combinações da dimensão dia-bólica com a simbólica, pode então se transformar numa festa e numa celebração. Ela será leve, porque carregada da mais alta significação.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

IRMÃ MORTE

Clique na figura abaixo e seja redirecionado para o site dos FRANCISCANOS, nas páginas que tratam do relacionamento de S. Francisco e a Irmã Morte, sob diversas óticas.

Excelentes textos.

Agradeço à Maria Adriana o envio da sugestão.

Oswaldo

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Testemunha de um Deus VIVO e ATUANTE


Francisco deu ao mundo uma vida de simplicidade radical, desvinculada de quaisquer posses e, portanto, livre para seguir os acenos da graça e o caminho que leva a Deus, a qualquer momento e em qualquer lugar em que Deus o chamasse.

Seu espírito possuía excepcional espontaneidade: corria ao encontro das necessidades alheias, assim como se apressava em chegar até Deus, que continuamente o convidava a novas aventuras.

Francisco não era um teórico da vida espiritual. Jamais falava de Deus a não ser em termos de experiência, porque era testemunha de um Deus vivo e atuante. Falava somente daquilo que conhecia, ouvia e sentia.

Nesse particular, nós o vemos, ao longo dos séculos, como exemplo do que Deus é capaz de fazer, isto é, principalmente maravilhar-nos, alterar radicalmente a maneira pela qual vivemos e agimos.

Nos trechos dramáticos de sua própria vida, e na forma pela qual um playboy simpático, mas um tanto vazio se transformou em modelo de servidor do mundo, ele revelou a presença de Deus no tempo e na história. Em outras palavras, sua credibilidade é grande por haver ele demonstrado que nosso melhor momento acontece quando ousamos permitir que Deus penetre em nossas vidas.

Os extremos da vida de Francisco, durante os quais ele passou de playboy a penitente, e de pobre a santo, revelam um indivíduo que se colocou à margem do mundo. Em sua identificação com aqueles que a sociedade polida rejeita, Francisco questionou a insensatez de confiar no dinheiro, nos bens e coisas materiais em busca da felicidade.

Sua fígura atrai praticamente a todos, provavelmente porque (ao contrário da maioria dos santos) ele não é propriedade da Igreja Católica Romana.

Sua primeira grande biografia moderna foi escrita por um protestante francês; um dos mais importantes historiadores do franciscanismo foi um bispo anglicano; um ortodoxo grego é autor de um vigoroso romance sobre sua vida; e para ser fotografado em uma conferência de paz em Assis, o Dalai Lama quis sentar-se no lugar que Francisco mais amava, e no qual morreu.


De Donald Spoto, extraído do livro "Francisco de Assis, um Santo Relutante", Editora Objetiva.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Estar com as coisas e não sobre elas (Leonardo Boff)

Francisco não queria jamais estar sobre as coisas, nem cantar por meio delas. Queria estar com elas num radical sentimento de fraternidade. Elas cantam ao Criador; cabe-nos unirmo-nos ao seu cântico.

A todas chama ternamente de irmãs ou irmãos muito amados: o verme da estrada, a cigarra, a lua e até as enfermidades. Ser irmão e irmã de todos os seres não é para o homem do Paraíso, nascido em Assis, a dedução de algum princípio teológico, mas a expressão de uma ternura fundamental e de uma comoção do coração.

No outono de 1225, encontra-se muito doente, quase cego a ponto de não suportar o mais fraco raio de luz. Sofre interior e exteriormente. Vê a Ordem se transformando já numa instituição com conventos e prescrições, pondo em perigo a simplicidade evangélica.
Exteriormente os estigmas sangram e o enfraquecem sobremaneira. Francisco chega à igrejinha de São Damião. AÍ vive Clara. Cheia de solicitude ela manda construir uma choupana para acolher o companheiro de intuições e de experiências religiosas. Ratos correm por todo o espaço a ponto de impedir qualquer descanso ao seráfico estigmatizado.

Neste contexto de angústia e sofrimento, Francisco, certo dia, entra como que em agonia. No decurso deste transe ouve em espírito uma promessa inaudita: em recompensa por tantos padecimentos receberá um benefício que valor nenhum deste mundo se lhe poderá igualar: "alegra-te, ó irmão, e goza em meio às tuas tribulações e para o futuro estejas seguro como quem já está no meu Reino".

Francisco é tomado de alegria incontida. Já há muito tempo que não podia mais ver o irmão sol, nem a irmã lua, nem apreciar a água corrente e os campos floridos. Mas o coração vê melhor e mais profundamente que os olhos. Com o coração abrasado de júbilo e amor, compôs o Cântico do Irmão Sol para o qual improvisou logo uma radiante melodia.

Aí tudo se reconcilia: o céu com a terra, os homens inimizados entre si, a vida com a morte. O homem novo que estava sendo gestado em Francisco acaba de nascer. Por isso ele é o homem do Paraíso, tão inocente e cheio de luz como no dia primeiro da criação. Valeu o esforço de identificação com o novíssimo Adão Jesus Cristo. Francisco será o "único depois do Primeiro" e quiçá o último cristão no sentido radical desta palavra.

O Paraíso não está totalmente perdido. Quem se despojar como Francisco a ponto de ser ave com a ave, terra com a terra e leproso com o leproso, poderá cantar também com todas as criaturas. Então, o Cântico di Frate Sole terá estrofes sem fim.

De Leonardo Boff, extraído do livro "Francisco de Assis, o homem do Paraíso", Editora Vozes.

Belíssimo texto sobre a estigmatização de S. Francisco, de autoria de Leonardo Boff, que me foi enviado pela irmã Luzia Lapa, da OFS Valongo. Oswaldo

quarta-feira, 19 de setembro de 2007



SÃO FRANCISCO, O JARDINEIRO DO REINO DE DEUS
Ana Maria Rodrigues Lima - ministra da OFS Valongo

O jardineiro é aquele que cuida do jardim, promove o encontro da semente com a terra, vê brotar a semente, rega as plantinhas mas poda também quando necessário. Enfim, é aquele investe seu tempo, sua vida, na arte de cuidar das plantas e flores.

O jardineiro do Reino de Deus é aquele que cuida do Planeta Terra: cuida das plantas, árvores, flores e ervas. Cuida com o mesmo carinho da terra e da água, porque sem estas fontes de vida não brotam as flores, não colhemos alimentos, tudo se torna estéril. E tudo isso ele faz com grande zelo e carinho, para que o Reino de Deus aconteça aqui e agora. Assim agindo, cuida das pessoas, da felicidade das pessoas diante do belo que a natureza proporciona.

Francisco sentia imensa alegria diante das flores, vendo sua beleza e sentindo seu perfume. E quando encontrava muitas flores juntas, pregava para elas e as convidava a louvar o Senhor como se fossem racionais. Da mesma forma, convidava com muita simplicidade os trigais e as vinhas, as pedras, os bosques e tudo o que há de bonito nos campos, as nascentes e tudo o que há de verde nos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento, para que tivessem muito amor e fossem generosamente prestativos.

Francisco tornou sua espiritualidade algo concreto. O concreto se vê, se olha, se contempla. Ao olhar o mundo com os olhos de Deus, percebe que o que vê solicita cuidado. Francisco vê o mundo como um imenso santuário. Todas as criaturas são sagradas porque onde há vida há um pedacinho de Deus.
E porque a fonte de toda a vida é Deus, Francisco vê e respeita e ama todas as criaturas como irmãs.

Vejamos:

“Quando lavava as mãos, escolhia um lugar onde a água das abluções não viesse a ser pisada.”

“Quando caminhava sobre pedras, São Francisco fazia-o com temor e respeito, por amor daquele que é chamado a Pedra Angular.”

“Ao irmão que ia cortar a lenha para o fogo, recomendava que não cortasse a árvore toda, mas que deixasse sempre alguns ramos para que a vida continuasse brotando.”

“Ao irmão hortelão dizia que não ocupasse todo o terreno com plantas comestíveis, mas deixasse parte para produzir plantas que, a seu tempo, dessem as irmãs flores.”

“Tinha tanta caridade que seu coração se comovia não só com as pessoas que passavam necessidade mas também com os animais, os répteis, os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis. Mas, entre todos os animais, tinha uma predileção pelos cordeirinhos, porque a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo foi comparada muitas vezes na Bíblia ao cordeiro.”

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Tema do Capítulo Regional SANTA ISABEL DA HUNGRIA

















Santa ISABEL DA HUNGRIA, modelo de franciscana secular

(14.07.2007 – 8.45 às 9.30, na Casa de Santa Fé – São Paulo - Capítulo Regional da OFS – Ordinário e Eletivo)

I. INTRODUÇÃO

Em comemoração ao oitavo centenário do nascimento de Santa Isabel da Hungria, que a Ordem Franciscana Secular começou a celebrar em 17 de novembro de 2006 e terminará em 17 de novembro de 2008, tive a oportunidade de participar de dois eventos muito importantes a respeito da vida desta Santa reconhecida pela Igreja como Padroeira da Ordem Franciscana Secular e da Terceira Ordem Regular masculina e feminina. O primeiro deles foi um curso de 15 a 20 de janeiro de 2007, em Córdoba, Argentina, com uma ampla reflexão sobre o tema: “O franciscanismo ante os desafios da mulher ontem e hoje”, onde o dia 18 foi totalmente dedicado a Santa Isabel da Hungria. O segundo foi um Congresso de estudo realizado nos dias 23 e 24 de fevereiro em Roma na Pontifícia Universidade Antoniano, no qual estive com toda a Presidência do CIOFS participando de todo o programa desenvolvido no dia 23 de fevereiro.

Extraí dos conhecimentos que obtive a realidade que pude captar dos escritos, com uma releitura teológica do ideal vivido por Santa Isabel, primeiro como penitente franciscana secular até 24 de março de 1228, quando após a morte de seu marido fez sua segunda consagração a Deus, esta com os votos de castidade, pobreza e obediência. No entanto, esta também foi uma consagração secular, pois naquele tempo a Igreja não previa a possibilidade de admitir uma mulher viúva, que queria servir a Deus no meio do mundo com suas colaboradoras. Só havia mulheres religiosas reclusas nos conventos. Hoje existem para as situações análogas à de Isabel, os Institutos Seculares.

O fato de usar um hábito cinza não a identifica como religiosa, pois também muitos penitentes franciscanos seculares o usavam. Recebeu esta ordem de seu confessor Conrado após sua segunda profissão com os votos.

Vocês verão, por nossa reflexão a seguir, que mostra parte de sua vida, como Isabel foi realmente um exemplo de franciscana secular apaixonada por Deus, que viveu com todas as suas forças seu ideal de santidade completamente diferente de tudo que havia na sociedade de seu tempo, tendo enfrentado para isto muitos revezes que só concorreram para a glória de Deus e sua santificação.

Não existem documentos antigos que digam expressamente que Isabel tenha sido membro da Ordem da Penitência de São Francisco. Existem, no entanto, muitos testemunhos que atestam sua forte ligação com a espiritualidade franciscana e com Francisco mesmo, apesar de não tê-lo encontrado em vida.

II. A VIDA DE ISABEL ANTES DO CASAMENTO

Alguns dados de sua cronologia são importantes para esclarecer, de modo sucinto, os momentos mais importantes de sua história.

1.200 – nascimento de Luís IV, futuro marido de Isabel.
1.207 – Isabel nasce em Sarospatak, ao norte da Hungria.
1.211 – Traslado de Isabel, com quatro anos de Presburgo da Hungria, para o castelo de Marburgo na Turíngia, já na região da Alemanha, onde foi educada pela Condessa Sofia, sua futura sogra.
1.213 – A rainha Gertrudes da Hungria, mãe de Isabel, morre assassinada.
1.221 – Ocorre o casamento de Isabel com Luís IV, quando ela tinha 14 anos.

Sobre este tempo, temos o depoimento de Guda, uma jovem religiosa que conviveu com Isabel desde os 4 anos de idade, quando esta passou a viver em Marburgo.
Esta sua serva e companheira atestou sob juramento, que Isabel mostrou grande zelo pela religião desde a infância. Orientava suas intenções e ações a Deus, tanto nos momentos mais sérios, como nos recreativos.

Citamos alguns exemplos de suas manifestações para Deus:

Ø 1. Quando tinha 5 anos, não sabia ler, mas chegava diante do altar, abria o saltério como se estivesse rezando. Com sua boa índole, fazia muitas vezes secretamente genuflexões, buscando de muitas maneiras, ocasiões para entrar escondida na capela. Caso percebesse que as empregadas a observavam, fazia de conta que estava jogando e pulava até chegar à frente do altar, onde se punha de joelhos, com as mãos juntas em oração, apoiando a boca sobre o chão.
Ø 2. Igualmente saltando com um pé só, com outras meninas de sua idade, as fazia ir em direção à capela, e, com a desculpa de um jogo, não podiam entrar, então ela beijava as paredes do templo.
Ø 3. Sempre nos jogos com as meninas, punha em Deus sua esperança de ganhar e, para obter vantagens, prometia a Deus algumas genuflexões com a Ave Maria. Se às vezes não podia cumprir isto diante das meninas, dizia-lhes: “Vamos nos medir, para ver quem é mais alta”. E assim, muitas vezes se prostrava ao chão para medir-se e rezar a Ave Maria.
Ø 4. Cada dia renunciava a alguma coisa, sacrificando sua própria vontade por amor de Deus. Assim quando ganhava bem nos jogos com as outras meninas dizia: “Agora que estou ganhando muito bem, vou deixar o jogo por Deus”.
Ø 5. Antes das Missas e nos dias festivos, desde muito jovem já gostava de renunciar aos enfeites e jóias. Em sua adolescência, tendo humildemente a Deus diante de seus olhos e invocando-O em cada ação de sua vida, tudo dirigia a Ele.
Ø 6. Era obediente, mas se era obrigada a ir dormir antes de acabar suas orações habituais, continuava rezando em sua cama.

Essas atitudes mostram o espírito penitente de Isabel desde a infância. Não temos notícia do que conhecia a respeito dos penitentes de Assis, na Itália, mas existia em seu ser uma forte tendência a esse modo de vida.

Seu relacionamento com Luís IV era muito bom. Concordavam em muitas coisas no modo de pensar e tratavam-se como irmãos. Assim, o trato comum entre eles era: “querido irmão”, “querida irmã”.

No ano de seu casamento, lembramos que a Igreja aprovou a primeira regra para todos os penitentes da época: o “Memoriali Propositi”.

III. A VIDA CONJUGAL DE ISABEL

Eis um resumo da cronologia deste tempo, núcleo de sua vida como franciscana secular:

1.222 – nascimento de seu filho Germano II, o herdeiro do trono, quando tinha 15 anos.
1.224 – nascimento de Sofia, sua filha.
1.225 – No princípio do ano, os franciscanos se estabelecem em Eisenach e Isabel lhes oferece uma capela. O irmão leigo Rodrigo se converte em conselheiro espiritual de Isabel e a instrui com os ideais franciscanos de penitência.
1.226 – Durante o inverno nos anos de 1225 e 1226, Isabel reparte provisões aos pobres. Conrado se converte em seu confessor. Isabel faz votos de obediência em suas mãos, deixando a salvo os direitos de seu marido (Naquele tempo as mulheres que queriam viver em estado de penitência de modo mais comprometido, prometiam obediência ao visitador, ou confessor. Assim fez Santa Clara a São Francisco, como confessa ela mesma em seu testamento). Ao mesmo tempo, emite os votos de continência, em caso de eventual morte de seu esposo. Isto ocorreu em Eisenach, no Mosteiro de Santa Catalina (onde vivia sua sogra Sofia).
1.227 – Em 11 de setembro, morre Luís IV, em Otranto, sul da Itália. Em 29 de setembro nasce sua filha Gertrudes. Enrique Raspe, irmão de Luís, assume a regência em lugar de Germano II, filho de Luís e Isabel, de cinco anos. Isabel abandona o Castelo de Marburgo e passa a viver na miséria.

De modo geral, vemos que fez realidade de sua vida o programa proposto por Jesus no Evangelho: “Quem pretender guardar sua vida, a perderá; e aquele que a perder por amor a mim ou ao Evangelho, a salvará” (Lc 17, 33 e Mc 8, 35).
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8, 34-35).
De 1221 a 1227, Isabel foi exemplar esposa, mãe e condessa da Turíngia, uma das mulheres de maior importância do império.
As relações matrimoniais entre eles não eram segundo o estilo comum da época, na maioria das vezes marcado por razões políticas ou de conveniência. Tinham um afeto autêntico, fraterno e conjugal. Ambos compartilhavam os mesmos ideais de vivência da fé. Exortavam-se mutuamente e se animavam para louvar e servir a Deus.
Aqui temos uma das notas da santidade de Isabel. O matrimônio não era contemplado então, na Igreja, como um caminho para a santidade, como eram a virgindade, o martírio, ou a vida monacal. Da bula de canonização se observa que o Papa o considerou como um dos elementos que conferiam novidade à santidade de Isabel.
Estando casada, dedicava muito tempo à oração em altas horas da noite. Acima de todas as circunstâncias humanas, para ela contava o amor de Deus, o Bem absoluto, todo Bem, sumo Bem. Deus era o valor supremo e incondicional que alentava todos os outros amores ao esposo, aos filhos e aos pobres.
No depoimento de Isentrudis, religiosa que conviveu com Isabel cerca de 5 anos, quando vivia seu marido, declarou sob juramento que sempre a viu como uma senhora muito religiosa e humilde, muito caridosa e dada à oração. Relatou muitos exemplos extraordinários, dos quais extraímos alguns:

Ø 1. Um dia quando estava vestida para uma festa, às escondidas, tomou consigo um mendigo de aspecto horrível, que sofria uma enfermidade na cabeça. Com suas próprias mãos, lhe cortou os cabelos muito sujos, colocando a cabeça do enfermo em seu próprio regaço. Depois lhe lavou a cabeça no quarto de asseio privado, para evitar olhares indiscretos. Quando chegaram suas empregadas, a repreenderam por este motivo, mas ela lhes respondeu com um sorriso.
Ø 2. O “mestre” Conrado lhe ordenou que não usasse dos bens do marido, se não estivesse segura da honestidade de sua procedência. Ela cumpriu tão fielmente isto, que mesmo estando à mesa com o marido se abstinha das coisas se não se informava antes se provinham das rendas ou dos bens legítimos de seu marido. Quando se serviam produtos de origem injusta, diante dos soldados e servos, cortava pedacinhos de pão e outros alimentos e os repartia para dissimular que comia. Quando ela e suas três companheiras de acordo com isto, pediram ao Conde que não levasse a mal que, enquanto os outros comiam, elas não o faziam, mas disfarçavam, ele respondeu: Tudo isto eu mesmo faria de bom gosto se não temesse as falácias da família e dos demais. Contudo, diante de Deus, logo decidirei sobre o que seja mais oportuno para minha situação”.
Ø 3. Isabel mantinha a si mesma e aos seus com alguns bens que recebeu no seu dote. Quando não podia comprar o necessário, pedia às pessoas de confiança, com as quais podia falar, ou por meio de enviados, o que necessitava. Com estas coisas assim obtidas tinha mais alegria do que com os alimentos da corte; tudo com a intenção de observar as ordens do “mestre” Conrado.
Ø 4. Conrado também lhe impôs que jamais utilizasse dos bens de outros, dos quais sabia que não viviam dignamente. Por isto passava às vezes penúria, alimentando-se somente com pedaços de pão e mel. E se sentia contente com suas servas pelo pouco que podiam comer com segurança. De fato, em meio à fartura da mesa de seu marido, algumas vezes padecia sede e fome. Seu marido sempre procurava provê-la secretamente com os bens dos quais podia se servir. Uma vez, estando à mesa com seu marido e abstendo-se de muitos alimentos vetados, Isabel dispunha apenas de cinco passarinhos que lhe haviam servido. Reservou uma parte para si, repartiu com suas três servas e sentiu-se contente com o almoço.
Ø 5. Sofria mais pela penúria de suas companheiras que pela própria, quando não as podia prover com bens legítimos. A partir disso pedia provisões com freqüência aos camponeses. Quando obtinha só bens legítimos, dizia a suas servas: “Hoje somente podeis comer”. Outras vezes dispunha só de bebida lícita, proveniente por sorte das vinhas do marido, então exclamava: “Hoje somente podeis beber”. Quando finalmente se inteirava de que ambas as coisas eram de legítima procedência, batia as mãos com regozijo e exclamava: “Que sorte para nós, agora comeremos e beberemos”.
Ø 6. Sucedeu uma vez que Isabel, acompanhando o marido em uma grande cavalgada e não encontrando aqueles alimentos dos se podia servir com boa consciência, teve à mão somente um grande pão escuro e duro, que melhorou apenas com um pouco de água quente. Naquela ocasião se contentou com suas servas com este alimento, porque aos sábados jejuavam.
Ø 7. Por este modo particular e pouco usual de viver, tanto a própria Isabel como seu marido, que lhe permitia tais coisas, agüentavam com muita paciência as críticas dos seus, às vezes até faladas pessoalmente. Ainda que ela se abstivesse dos bens procurados ilicitamente, todavia, quando podia, se preocupava em ressarcir para aqueles que haviam sido prejudicados.
Ø 8. Frequentemente durante a noite Isabel se levantava para fazer orações e seu marido a admoestava para que não se mortificasse. Às vezes mantinha uma mão de Isabel entre as suas, enquanto ela rezava.
Ø 9. Também deixando seu esposo dormindo, se fazia disciplinar rigorosamente com as servas em um quarto secreto e, depois da oração, voltava para sua cama. Isto o fez frequentemente depois de prometer obediência a Conrado. Com antecedência às vezes o fazia durante a quaresma ou às sextas feiras. Estando ausente seu marido, passava muitas noites em vigílias, genuflexões, disciplinas e orações.
Ø 10 . Quando vinham visitá-la mulheres mundanas, falava com elas como uma pregadora sobre Deus, induzindo-as com freqüência a comprometer-se com uma promessa de abster-se ao menos de alguma de suas vaidades. Quando não conseguia convencê-las de abandonar muitas presunções, tais como bailes ou decotes, ou cintos de seda entrelaçados com os cabelos, ou outro adorno dos cabelos, ou demais coisas supérfluas, procurava induzí-las a usar mangas decentes, para que nelas brilhassem os bons costumes. Além disso, as exortava a fazer voto de continência depois da morte de seus maridos.
Ø 11. Desde adolescente, durante a celebração da missa, costumava deixar seus adornos: os colares, anéis e outros ornamentos corporais. Deixava também o véu da cabeça entrelaçado artisticamente, antes do Evangelho, ou dos Salmos e o tirava com humildade e inclinada principalmente no momento da consagração.
Ø 12. Na purificação depois do parto de cada filho, passados os dias estabelecidos, enquanto as outras parteiras costumavam ir à Igreja com grande acompanhamento e vestidos preciosos, Isabel ia à Igreja humildemente vestida de lã, com os pés descalços. Levava a criança nos braços, a exemplo da Virgem Maria, com uma vela e um cordeiro, para oferecê-lo sobre o altar. Em seguida voltava para casa; costumava presentear a túnica e a capa que havia usado, a uma mulher pobre.
Ø 13. Em tempo de súplicas, seguia a procissão da cruz vestida de lã e com os pés descalços. Nas estações de pregações sempre se colocava entre as mulheres mais pobres.
Ø 14. Enquanto vivia o marido, fiava lã com suas servas e mandava fazer tela para o vestuário dos frades menores e dos pobres. Costurava com suas próprias mãos também os vestidos para os catecúmenos pobres, os preparava para serem batizados tornando-se madrinha ou para ajudá-los mais generosamente.
Ø 15. Também preparava com suas mãos mortalhas para os defuntos, os tratava e trocava com suas próprias mãos e participava de suas exéquias. Cortou em pedaços uma grande cortina branquíssima de linho e a destinou só para mortalhas. Não suportava que só os defuntos ricos fossem revestidos com camisas e lenços novos, e ordenava que os panos melhores fossem destinados aos pobres.
Ø 16. Com freqüência Isabel visitava as parturientes pobres e as confortava. E quando os emissários de tais pessoas e de outros enfermos lhe pediam alguma coisa, os visitava em seus domicílios, porque vendo-os, se dispunha melhor à misericórdia e à compaixão. E ainda que sua casa fosse distante, e o caminho cheio de barro e áspero, os visitava pessoalmente entrando em seus casebres paupérrimos. Não temia a imundície, lhes levava quanto necessitavam e os confortava. Assim ganhava um triplo mérito: o do trabalho, o da compaixão e o da generosidade.
Ø 17. Visitando uma vez um enfermo pobre e ouvindo-o lamentar-se sobre algumas dívidas que não podia pagar, Isabel as pagou por sua conta.
Ø 18. No tempo de fome geral e carestia, quando o marido teve que partir para Cremona distribuiu em esmola aos pobres todas as provisões provenientes das granjas especiais do príncipe. Dava-lhes quanto necessitavam cada dia, durante muitos dias. Debaixo do altíssimo Castelo onde ela residia (Marburgo), havia uma grande casa onde ela recolhia muitos enfermos que não podiam acudir à distribuição geral de esmolas. Apesar das grandes dificuldades de subida e descida, os visitava algumas vezes ao dia, confortando-os e admoestando-os à paciência e para salvar suas almas. Satisfazia em tudo os desejos de cada um, chegando a vender suas jóias para alimentá-los.
Ø 19. E ainda que não suportasse de modo algum o ar corrompido, no verão suportava sem desgosto o odor dos enfermos, que as servas, reclamando a duras penas agüentavam. Cuidava com alegria dos enfermos com suas próprias mãos; com o véu de sua cabeça lhes secava o rosto, as babas e toda sujeira de seus lábios e narizes.
Ø 20. Isabel acolhia na mesma casa a muitas crianças pobres às quais satisfazia bem, tratando-as com tanta benevolência e ternura que todos a chamavam de mamãe e quando ela entrava na casa corriam para rodeá-la. Entre estas crianças amava de maneira especial aos enfermos, débeis e aos mais sujos e deformados, os estreitava com suas próprias mãos contra seu peito. Comprava brinquedos para divertí-los.
Ø 21. Além desses enfermos, dos pobres que recebiam esmolas, Isabel escolheu os mais miseráveis e necessitados e os alojou diante do castelo. Distribuía-lhes pessoalmente tudo o que sobrava de sua mesa, privando-se a si mesma e às servas de muitas coisas para atendê-los. Um dia depois de repartir as esmolas, lhes repartiu também a cerveja com um jarro em pequenas quantidades. Depois de servir a todos, viu que a cerveja não diminuía e o jarro afinal, estava cheio.
Ø 22. Como tinha provido a população até a nova colheita, Isabel repartiu a todos os que podiam trabalhar camisas e calçados adequados, para que não prejudicassem os pés e para que viessem a alimentar-se com o próprio trabalho. Aos inválidos, no entanto, incapazes de trabalhar, lhes deu roupas que mandou adquirir no mercado.
Ø 23. Isabel mesma distribuía todas estas coisas com alegria. E quando os pobres iam embora dava alguma coisa a cada um. Uma vez que não tinha dinheiro deu às mulheres pobres, abrigos e outros artigos de seda, dizendo-lhes: “Não quero que usem estes objetos por vaidade, mas que os vendam para suas necessidades e os esforços com o trabalho”.
Ø 24. Quando estava em sua maior glória, Isabel aspirava à mendicidade e falava com suas companheiras quase sempre sobre a pobreza. Vestindo-se com um vil abrigo no palácio, diante delas, e cobrindo a cabeça com um pano vil, exclamou: “Assim irei um dia, quando pedir esmola e suportar miséria por amor a Deus”.
Ø 25. Na Ceia do Senhor celebrava solenemente o lava-pés com os pobres. Numa quinta feira santa convocou a muitos leprosos, lavou-lhes os pés e mãos, rodeada diante deles, humildemente, lhes beijava. E sempre que encontrava leprosos, se sentava junto a eles, os consolava e exortava à paciência, não os tratava com desprezo, mas como pessoas sadias e lhes distribuía muitas esmolas.
Ø 26. Naquele tempo entre os nobres era comum que as crianças se separassem de seus pais e para ambos isto não significava um grande problema. Por isso conseguiu conciliar sua vida de doação aos pobres e enfermos com os cuidados de sua casa.

IV. A VIDA DE ISABEL APÓS A MORTE DE SEU MARIDO
Resumo da cronologia deste tempo:

1.228 – Segunda profissão de Isabel numa sexta feira santa em 24.03.1.228; renova seus votos na Igreja dos franciscanos em Eisenach. Renuncia à sua própria vontade e às pompas do mundo. Recebe um hábito de penitente franciscana do Visitador Conrado. Isabel rechaça os planos matrimoniais de seu tio Egberto, Bispo de Bamberg. Recebe os despojos de seu marido que são sepultados no Mosteiro familiar de Reinhardsbrun.
Conrado consegue que Isabel receba seu dote de viúva. No verão Isabel se mudou para Marburgo, onde construiu um Hospital.
Em 16 de julho o Papa Gregório IX canoniza a São Francisco de Assis.

1.229 – Isabel dedica sua vida para cuidar dos enfermos, à prática da ascese e da contemplação, no Hospital de Marburgo.

1.231 – Em 17 de novembro, morre Isabel em Marburgo. A capela do Hospital São Francisco se converte em lugar de peregrinações para venerar os restos de Isabel e invocar sua proteção. Aconteceram muitas curas extraordinárias junto ao seu túmulo. Conrado é nomeado inquisidor pontifício, para iniciar o processo de canonização de Isabel.

1.233 – Conrado é assassinado por membros da alta nobreza alemã, em 30 de julho e o Papa Gregório nomeou outra comissão para terminar o processo.

1.235 – Gregório IX canoniza Isabel na Festa de Pentecostes, na Igreja dos dominicanos em Perusa. Começa a construção da Basílica de Santa Isabel em Marburgo.

Ø 1. Depois da morte do marido Isabel foi expulsa do castelo e privada de todos os seus bens e dote, por alguns empregados de seu marido, quando seu irmão era ainda jovem. Dirigiu-se a Eisenach, onde abaixo de seu castelo encontrou uma pobre casa situada no pátio, onde ficou hospedada. Era um armazém de recipientes e utensílios, onde antes ficavam também os porcos. Ali passou aquela noite com grande alegria. À meia noite, dirigiu-se aos frades menores, na mesma cidade, pedindo-lhes que cantassem o Te Deum, alegrando-se e dando graças ao Senhor por aquelas tribulações.
Ø 2. No dia seguinte, como nenhum rico queria dar-lhe hospedagem, entrou com suas acompanhantes numa Igreja, onde permaneceu muito tempo sentada. E trouxeram seus filhos pequenos do castelo, num dia muito frio. Não sabia aonde ir para acomodar seus filhos, que por direito de sucessão paterna, tinham a propriedade de toda a cidade.
Ø 3. Por fim, forçada pela necessidade, pediu a um sacerdote misericórdia para os seus filhos e lhe entregou algumas prendas. Ele lhe ordenou que se dirigisse a um certo rival, onde foi obrigada a estabelecer-se com toda sua família em um lugar estreito, mesmo tendo a casa muitas dependências. Mas como o albergue e o hospedeiro lhe eram insuportáveis, bem como para os seus, ao ir-se abençoou os muros que os resguardaram do frio e da chuva.
Ø 4. Como não pôde encontrar um lugar mais acolhedor, regressou de novo à casa suja onde esteve logo que deixou o castelo. Sofrendo, sem motivo algum, a perseguição de parte de quase todos os empregados de seu marido, privada de seus bens e forçada à indigência, enviou seus filhos a diversos lugares distantes, onde pudessem ser alimentados. Ainda assim, do pouco de que dispunha para alimentar-se, tinha o que dar aos pobres.
Ø 5. Certa vez Isabel diante de suas companheiras, olhava fixamente a janela. Viram em seu rosto um grande júbilo. Depois de bom tempo fechou os olhos e começou a chorar abundantemente. Pouco depois abriu os olhos e ria muito. E assim ficou até à noite. Fechava os olhos, chorava e depois sorria, com grande felicidade. Finalmente, depois de grande silêncio, exclamou: “Assim Senhor tu queres estar comigo e eu quero estar contigo e não quero jamais me separar de ti”.
Ø 6. Isentrudis insistiu com Isabel para que revelasse com quem estava falando. Depois de muito pedir, Isabel lhe respondeu: “Vi o céu aberto e meu doce Senhor Jesus inclinado para mim, que me consolava pelas diversas angústias e tribulações que me circundam. Vendo-o deu-me uma grande alegria e me pus a rir. Quando virou o rosto para ir-se, chorei. Mas Ele, movido de compaixão, voltou seu olhar sereníssimo para mim dizendo: Se queres estar comigo, eu estarei contigo. Eu lhe respondi como já ouviram antes”.
Ø 7. Depois desses fatos sua tia Matilde, a conduziu ao seu tio, o Bispo Egberto, que pretendia preparar-lhe novas núpcias. Isabel reagiu fortemente a isto dizendo a suas companheiras: “É tão firme minha confiança no Senhor, que conhece meu voto de conservar a castidade, já emitido quando vivia meu esposo. Saiu de um coração puro e sincero que, confiando em sua misericórdia, sei que é impossível que deixe de preservar minha castidade contra qualquer projeto humano e violência. Depois da morte de meu marido, prometi a castidade absoluta e não condicional, ou seja, se gostasse de meus amigos ou se Deus manifestasse outra coisa. Mas ainda se meu tio quisesse me desposar com outro homem contra minha vontade, me oporia com todo meu coração e de palavra. E se não tivesse outro remédio, estaria disposta a cortar meu nariz e assim, ninguém se preocuparia comigo, tão gravemente mutilada”.
Ø 8. Foi conduzida contra sua vontade, ao castelo onde deveria esperar seu novo matrimônio, como ela soube. Mas ocorreu por inspiração do Senhor que consola os aflitos, que chegou um mensageiro do Bispo Egberto com a ordem de conduzi-la a Bamberg, para receber os despojos de seu marido Luís.
Ø 9. O bispo acolheu com solenidade e em procissão os despojos. Isabel exclamou com lágrimas: “Senhor, te dou graças porque em tua misericórdia me destes o consolo de ver os ossos de meu marido, como tanto desejei. Tu sabes quanto o amei, mas não me arrependo do oferecimento que fez este seu filho querido e eu mesma como cruzado da Terra Santa. Se pudesse retê-lo daria todo o mundo em troca, ainda que tivesse que seguir com ele mendigando. Mas tu és testemunha de que eu não quis resgatar sua vida, nem sequer com um só cabelo, se fosse contra tua vontade. Agora o encomendo a tua graça, a ele e a mim. Seja feita conosco a tua vontade”.
Ø 10. A seguir Isabel se dirigiu à Turíngia com os empregados que levavam os restos mortais de seu esposo, para lhes dar sepultura na abadia de Reinhardsbrun. Estes prometeram a Isabel a recuperar seu dote, mas não o fizeram e novamente ela estava no estado de mendicidade. Sabendo disto seu confessor Conrado lhe ordenou que se transferisse para Marbugo.
Ø 11. Em Marburgo recebeu seu dote e objetos de valor que recebeu de seu pai, rei da Hungria. Distribuiu muitos bens aos pobres e fundou um hospital na cidade, ao qual deu o nome de Hospital São Francisco de Assis.
Ø 12. Teve que suportar muitos ultrajes, maledicências e um grande desprezo por parte dos nobres e empregados de sua terra, tanto que os seus não queriam falar com ela e nem sequer vê-la, pensando que era uma estúpida. Insultavam e difamavam a Isabel de muitas maneiras, como uma louca. Tudo suportava com paciência e alegria, de tal maneira que, pela alegria que mostrava na paciência, a repreendiam por ter esquecido tão rápido a morte de seu marido e se alegrasse ao invés de entristecer-se.
Ø 13. E como Conrado a induziu a desprezar todas as coisas, ela pediu ao Senhor o desapego de todas as coisas temporais; o desapego dos filhos; que soubesse valorizar-se para desprezar as ofensas. Terminada a oração, Isabel disse às suas servas: “O Senhor escutou minha súplica e agora tenho por lixo todos os bens mundanos que tanto amei. Igualmente Deus é testemunha que não me preocupo e quero mais a meus filhos que a meu próximo. Encomendei-os a Deus; Ele faça com eles como desejar. Também me alegro pelas calúnias, ofensas e desprezos que sofro; nada amo, senão somente a Deus”.
Ø 14. A depoente Irmgarda contou que Conrado ordenou a Isabel que fosse a Altenberg para verificar se poderia levar uma vida de clausura. As monjas pediram a Conrado que, quando chegasse Isabel, lhe permitisse entrar no Mosteiro para que as monjas pudessem vê-la. Conrado disse que poderia entrar se assim o desejasse, pensando que Isabel não ousaria entrar. Mas ela entrou, pensando que tinha permissão pelas palavras de Conrado. Quando ele soube, chamou Isabel e lhe apresentou o livro do Evangelho aberto, obrigando-a a jurar que o obedeceria em tudo, devido à excomunhão a que se expôs, entrando na clausura. Por isso encarregou a Fr. Gerardo (franciscano acompanhante de Conrado) que açoitasse bem a Isabel e Irmgarda, porém Isabel foi castigada mais duramente.
Ø 15. Isabel era tão prudente que pedia ao médico que controlasse sua dieta para não exceder nas penitências e assim ficar doente, impedindo que pudesse servir a Deus e tivesse que dar conta por suas grandes abstinências.
Ø 16. Tratava suas servas como suas irmãs e amigas. Algumas eram de origem muito pobre e humilde. Fazia muitas vezes os serviços destinados a elas, como lavar louças, roupas e outros utensílios, quando se ausentavam.
Ø 17. Quando estava chegando o tempo de sua morte e estando Conrado aflito por estar com uma grave doença, perguntou-lhe como pensava em prover seu futuro, depois da morte dele. Três dias depois dessa conversa ela ficou enferma. Assim permaneceu por mais de doze dias. Dois dias antes de sua morte pediu para ficar só, pois desejava meditar sobre seu último exame de consciência e em seu encontro com Deus Onipotente.
Ø 18. Conrado depois de confessá-la, perguntou o que se deveria fazer com seus bens e mobiliário. Ela respondeu que tudo que constasse como sua propriedade era dos pobres. Pediu-lhe que distribuísse tudo, menos a túnica, com a qual seria sepultada. Recebeu a comunhão e permaneceu com o semblante sereno, com sinais de extraordinária devoção.
Ø 19. Enfim encomendou a Deus a todos os que estavam presentes e expirou, adormecendo docemente. Era a manhã de 17 de novembro de 1231, tendo ela 24 anos.
Ø 20. Os monges cisctersienses e muitos outros religiosos vieram ao Hospital onde seu corpo foi velado por solicitação popular até a quarta feira sem manifestar nenhum sinal de morte, à exceção da palidez. De seu corpo saía um perfume aromático que fortalecia o espírito.
Ø 21. A partir do dia seguinte de sua sepultura o Senhor começou a obrar muitos milagres por meio de sua serva.
Ø 22. Isabel foi canonizada pelo Papa Gregório IX em 27 de maio de 1.235, na Igreja de São Domingos em Perusa. A Bula de Canonização foi publicada em 1º de junho de 1.236. O Papa fez grandes elogios a Isabel: sua origem real, seu amor à pobreza e ao serviço dos pobres, o voto de obediência, o gosto pela oração, a vida de fé, sua profissão como penitente franciscana, testemunhada também pelo hábito cinza e a variedade dos milagres que Deus operou por seus méritos.

V. Conclusão

Santa Isabel é extraordinária porque viveu intensamente na fé e sabedoria que recebeu do Senhor, pois tendo-O encontrado sobretudo nos pobres, não mediu esforços para serví-los, enfrentando muitos desafios de seu tempo:
Ø 1. ela não se importava se o necessitado era homem ou mulher, velho ou criança, acudia a todos, sem qualquer discriminação;
Ø 2. não tinha medo de ir ao encontro dos pobres em lugares sujos e perigosos, procurando saber do que precisavam para acudí-los como pudesse;
Ø 3. não se importava se a Igreja não a podia acolher oficialmente por ser viúva, pois o que lhe interessava era viver sua união com Deus junto de suas companheiras de ideal;
Ø 4. seu confessor e cunhado era muito severo, mas ela via nisto também uma graça para crescer nas virtudes, não tinha medo do sofrimento, o importante era superar os obstáculos para avançar no caminho da santidade;
Ø 5. ousava desobedecer a seu confessor quando este lhe pedia para amenizar seus excessos com o exercício da caridade;
Ø 6. não praticava uma caridade paliativa, mas orientava as pessoas para uma vida melhor, ajudando-os a conseguir trabalho e a conhecer a Deus;
Ø 7. lutou pessoalmente com suas companheiras de ideal contra a corrupção e os maus costumes de seu tempo;
Ø 8. foi um exemplo extraordinário de franciscana secular, porque viu com muita clareza sua missão diante de Deus e da sociedade, sendo ainda muito jovem;
Ø 9. foi uma mulher muito forte, pois nenhuma tentativa de afastá-la de seu ideal teve êxito, pois ela soube defendê-lo com todas as suas forças.

Questões para reflexão:

Que diria Isabel a você, membro da OFS ou da JUFRA nos dias de hoje?
Como se livrar da corrupção do mundo em nossos dias?
Você consegue enxergar nos pobres e enfermos o Cristo pobre e crucificado e ir ao encontro deles?

Bibliografia:

1. “Santa Isabel: Princesa da Hungria, Condessa da Turíngia, Penitente Franciscana” – Fr. Salvador Cabot – Ed. Franciscanos TOR – 2006.
2. Carta de Conrado de Marburgo a Gregório IX.
3. Processo de canonização – Declarações de suas quatro servas.


Trabalho organizado por
Maria Aparecida Crepaldi, OFS

sábado, 5 de maio de 2007

CONGRESSO Ásia-Oceania/2007 - OFS/JUFRA

O Congresso Ásia-Oceania 2007 da OFS/Jufra, ocorrido em março 24-30 em Penang, Malaysia, teve a participação de Franciscanos Seculares, Juventude Franciscana e os Assistentes Espirituais, com um total de sessenta participantes de 13 países da Ásia e da Oceania, assim como, com representantes da Itália, Espanha e Brasil.

Sete Fraternidades Nacionais constituídas da região, a saber: India, Japão, Coréia, Filipinas, Vietnam, Oceania e Indonésia, (Infelizmente, Japão e Indonésia não compareceram ao Congresso) e 06 Fraternidades Nacionais Emergentes (em Constituição), a saber: Malaysia, Singapore, Tailândia, Sri Lanka, Paquistão e Papua – Nova Guiné - foram representadas no Congresso. Os relatórios indicaram também que a presença, em fase de organização, da OFS em Bangladesh, Myanmar e em Timor Leste.

Entre os participantes do Congresso, 25 Franciscanos Seculares (mais a equipe de irmãos/âs de apoio, 8), 2 membros da Juventude Franciscana e 18 assistentes espirituais, 7 membros da Presidência do CIOFS que, demonstraram seu apoio e solidariedade, com presença ativa e participante no Congresso, durante cinco dias intensos da interação fraternal, de informação compartilhada, da formação, do diálogo e das celebrações litúrgicas e culturais.

Todas as Fraternidades constituídas e emergentes foram ouvidas quando da apresentação de suas atividades como OFS e Jufra e os Assistentes Espirituais em seus relatórios. Os delegados constataram situações similares e os mesmos desafios, que expressaram características originais e os mesmos problemas encontrados por determinados países. Os participantes tiveram uma possibilidade para saber “Worldwide” sobre a OFS, com a apresentação gráfica feita pelo Vice-Ministro Geral, Rosalvo Mota. Frei Michael Higgins, TOR, falou sobre nossas origens compartilhadas e comuns, que fazendo uma apresentação histórica breve do desenvolvimento da Ordem Franciscana e da Família Franciscana

Um tópico que era também especialmente relevante e oportuno foi dado pela Ministra Geral, Encarnacion del Pozo, que falou sobre a vida de nossa Patrona, St. Elizabeth de Hungria, cujo Centenário dos oitocentos anos do seu nascimento nós estamos comemorando este ano. A Ministra Geral falou, também, sobre as prioridades da Ordem, definidas desde o Capítulo Geral de 2002. Lucy Almirañez, Conselheira da Presidência do CIOFS para a Ásia e Oceania e África inglesa, falou sobre a Profissão na OFS, o que significa e suas implicações. O tópico de Xavi Ramos, Conselheiro da Presidência do CIOFS, para a Juventude Franciscana, ensejou muitos de perguntas interessantes e necessárias. Sua apresentação foi precedida e compartilhada com a Jufra do Vietnam, por Maria Huynh Thuy, um de seus líderes.

Um dos momentos mais esperado para os Assistentes Espirituais presentes foi sobre as atribuições do Assistente Espiritual e o desenvolvimento da Assistência Colegiada, apresentada pelos Assistentes Gerais presentes: Frei Michael Higgins, TOR, sobre “A importância do conhecimento das origens da Ordem Franciscana Secular”; Frei Irudayasamy, OFM Cap. Sobre o “Assistente Espiritual na Fraternidade Local”; Frei Ivan Matic, OFM: “A juventude Franciscana e o Assistente Espiritual”; e Frei Martin Bitzer, OFM Conv., sobre o “A Assistência Colegiada à Ordem Franciscana Secular”.

É impossível capturar neste breve relato tudo que aconteceu com os trabalhos de grupo, que permitiram aos participantes de compartilhar interações mais profundas e significativas; os momentos do passeio e de Eucaristia diária que nutria nossa alma, o diálogo honesto e as consultas que ocorreram entre a Presidência do CIOFS e as Fraternidades presentes - e o mesmo encontro individual e pessoal entre os delegados e a Presidência; a apresentação cultural colorida da dança na última noite por dançarinos Malaysian profissionais era um deleite extraordinário. Depois, cada participante, com seus trajes típicos, fizeram suas apresentações e dançaram. Após a avaliação e a síntese do último dia, os participantes do Congresso decidiram-se pelo próximo Congresso em 2010.

Nossos agradecimentos a todos os participantes do Congresso e a Presidência do CIOFS e a todos aqueles que não mediram esforços e recursos financeiros para a realização do mesmo. Especiais agradecimentos ao Conselho Regional da Malásia e aos Frades Capuchinhos de Penang e de modo especial pela dedicação, serviço e entusiasmo de Serena Wonn, OFS e Frei Paul Cheong, OFM Cap. Obrigado e que Deus os dê força, coragem e entusiasmo para a realização do próximo Congresso Ásia-Oceania 2010.

Rosalvo G. Mota, OFSVice-Ministro Geral.

Boletin CIOFS - MAIO/2007

Email enviado pelo irmão Rosalvo.
Paz e Bem
Oswaldo
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Hola queridos hermanos,

Les invito a entrar en la página web del CIOFS para leer el BOLETIN correspondiente a Mayo, 2007, y divulgar esta publicación, que contiene los siguientes artículos:
http://www.ciofs.org/per/2007/bca7es20.htm
1. Un Sueño Hecho Realidad
2. S. Francisco Visita a Nuestros Hermanos Privados de Libertad
3. Vida de oración
4. Croacia – Curso de Formación para Asistentes Espirituales de la OFS y JUFRA.
5. Una biblioteca en Mayagüez, Puerto Rico, ejemplo de servicio a la comunidad.
6. Un congreso internacional profundiza en la figura de Santa Isabel
7. Congreso de la OFS de Asia y Oceania
Paz y Bien,
Chelito Núñez, ofs

quinta-feira, 26 de abril de 2007

INÍCIO DA EXPERIÊNCIA DE ASSIS/2007


(clique na foto para ampliar)


FAMÍLIA FRANCISCANA DO BRASILEXPERIÊNCIA ASSIS 2007

Mais uma vez a Família Franciscana do Brasil está promovendo a Experiência Assis. Este ano sob a Coordenação de Frei João Inácio Muller, OFM, Ir. Zioldé Caldas, Franciscana Bernardina e Maria Bernadette Nabuco Mesquita, OFS.

Esta forma de Formação Permanente é uma grande oportunidade para o irmãos e irmãs participantes aprofundarem seu conhecimento na espiritualidade franciscana, fazendo com Francisco e Clara, uma grande experiência de Deus, na terra onde eles nasceram, cresceram e iniciaram a sua caminhada de conversão até atingirem a perfeição da caridade.

O grupo de irmãos e irmãs da Experiência Assis 2007, se reuniu em Petrópolis, no Centro Franciscano, para a primeira fase da Experiência, no dia 22 de abril. São dezessete irmãs, de várias Congregações Franciscanas Femininas, onze Frades Menores e 10 irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular. Este é o período reservado para a integração do grupo e para o conhecimento das Fontes Franciscanas e de Santa Clara.

Daqui, partiremos para Roma, no dia 27 de abril e retornaremos ao Brasil no dia 26 de maio. Irmãos e irmãs, contem com as nossas orações. Estaremos com vocês em cada canto, em cada ruela, em cada gruta .

PAZ E BEM!
Maria Bernadette Nabuco Mesquita