quarta-feira, 19 de setembro de 2007



SÃO FRANCISCO, O JARDINEIRO DO REINO DE DEUS
Ana Maria Rodrigues Lima - ministra da OFS Valongo

O jardineiro é aquele que cuida do jardim, promove o encontro da semente com a terra, vê brotar a semente, rega as plantinhas mas poda também quando necessário. Enfim, é aquele investe seu tempo, sua vida, na arte de cuidar das plantas e flores.

O jardineiro do Reino de Deus é aquele que cuida do Planeta Terra: cuida das plantas, árvores, flores e ervas. Cuida com o mesmo carinho da terra e da água, porque sem estas fontes de vida não brotam as flores, não colhemos alimentos, tudo se torna estéril. E tudo isso ele faz com grande zelo e carinho, para que o Reino de Deus aconteça aqui e agora. Assim agindo, cuida das pessoas, da felicidade das pessoas diante do belo que a natureza proporciona.

Francisco sentia imensa alegria diante das flores, vendo sua beleza e sentindo seu perfume. E quando encontrava muitas flores juntas, pregava para elas e as convidava a louvar o Senhor como se fossem racionais. Da mesma forma, convidava com muita simplicidade os trigais e as vinhas, as pedras, os bosques e tudo o que há de bonito nos campos, as nascentes e tudo o que há de verde nos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento, para que tivessem muito amor e fossem generosamente prestativos.

Francisco tornou sua espiritualidade algo concreto. O concreto se vê, se olha, se contempla. Ao olhar o mundo com os olhos de Deus, percebe que o que vê solicita cuidado. Francisco vê o mundo como um imenso santuário. Todas as criaturas são sagradas porque onde há vida há um pedacinho de Deus.
E porque a fonte de toda a vida é Deus, Francisco vê e respeita e ama todas as criaturas como irmãs.

Vejamos:

“Quando lavava as mãos, escolhia um lugar onde a água das abluções não viesse a ser pisada.”

“Quando caminhava sobre pedras, São Francisco fazia-o com temor e respeito, por amor daquele que é chamado a Pedra Angular.”

“Ao irmão que ia cortar a lenha para o fogo, recomendava que não cortasse a árvore toda, mas que deixasse sempre alguns ramos para que a vida continuasse brotando.”

“Ao irmão hortelão dizia que não ocupasse todo o terreno com plantas comestíveis, mas deixasse parte para produzir plantas que, a seu tempo, dessem as irmãs flores.”

“Tinha tanta caridade que seu coração se comovia não só com as pessoas que passavam necessidade mas também com os animais, os répteis, os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis. Mas, entre todos os animais, tinha uma predileção pelos cordeirinhos, porque a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo foi comparada muitas vezes na Bíblia ao cordeiro.”

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