quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dinâmica de grupo na OFS Valongo

No terceiro Domingo de outubro, na Formação Permanente, a respeito do tema Solidariedade, tivemos a oportunidade de desenvolver uma Dinâmica de Grupo chamada "Máquina Humana", onde dividimos a fraternidade em 4 grupos, ficando cada grupo encarregado de montar uma "máquina" formada pelos componentes.


Foi muito divertido e aprendemos uma bela lição: guardadas as devidas proporções, nossa fraternidade é semelhante a uma "máquina", onde cada "peça" (cada irmão) tem uma função bem definida. Se uma peça não "funciona" direito, a "máquina" não consegue executar sua missão a contento.


Existe um grande diferencial, no entanto, em relação a uma máquina: no caso da fraternidade não podemos descartar nenhuma "peça", mesmo que não esteja em seu melhor "funcionamento". Isso é um desafio para a Solidariedade das restantes "peças" que precisam assumir maiores responsabilidades em função desse fato.


Nas fotos abaixo, alguns momentos da dinâmica (a qualidade das fotos não é muito boa pq. foram tiradas com celular).


Abração. Paz e Bem.

Oswaldo


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Morrer para viver mais e melhor

Leonardo Boff (teólogo)

O sentido da vida depende do sentido que damos à morte.

Se a morte é vista como simples negação da vida e como tragédia biológica, então vale o que São Paulo já dizia: "comamos e bebamos pois amanhã morreremos".

Mas há culturas que lhe deram um sentido mais alto. Ela é oportunidade de construir o próprio destino e de plasmar o mundo à nossa volta consoante um projeto civilizatório.

O cristianismo, por sua vez, propõe a sua representação da morte. Não contrária à vida, mas como uma invenção inteligente da vida para poder dar um mergulho radical na Fonte de toda vida.

A morte não seria um fim-termo mas um fim-meta alcançada, um peregrinar rumo ao Grande Útero paternal e maternal que enfim nos acolherá definitavamente. Dentro do cristianismo desenvolveu-se, com referência à morte, uma tradição de grande significação e de sentido de festa.

Trata-se da tradição franciscana. Francisco de Assis conseguira uma reconciliação bem sucedida com todas as coisas, com as profundezas mais obscuras de nossa vida e com suas dimensões mais luminosas. Cantava a morte como irmã. Não como bruxa que nos vem arrebatar a vida mas como irmã que nos introduz no reino da plena liberdade. Morreu cantando salmos e cantigas de amor da Provence.

Os franciscanos todos guardam esta herança sagrada na forma como celebram a morte de algum confrade, membro da comunidade. A mim, com frade (que ainda sou em espírito) me tocou vivenciá-lo inúmeras vezes.

É simplesmente comovedor - uma pequena antecipação do novo céu e da nova Terra - dentro deste já cansado planeta. Ao se aproximar a morte do confrade, toda a comunidade se reune ao redor de seu leito. Recitam-se salmos e orações, infundindo confiança ao moribundo para o Grande Encontro.

No dia em que morre, à noite faz-se festa. É a chamada "recreação". Ai há confraternização, comida, bebida, comentários sobre a saga pessoal do confrade falecido e jogos de vários tipos.

No dia seguinte faz-se o enterro. E à noite, nova "recreação" festiva. O que se esconde atrás desse rito de passagem? Esconde-se a crença de que a morte é o vere dies natalis, o verdadeiro Natal da pessoa, o momento em que acaba de nascer definitivamente. Como não estamos ainda prontos, embora inteiros, cada dia vamos nascendo, progressivamente, até acabar de nascer. Isso dá-se na morte. Esta não é a campa da vida. É seu berço.

Quem pode se entristecer com o nascimento da vida? É Natal e Páscoa, magnificação da vida mortal que a partir da morte se eterniza. Portanto, há bons motivos para festejar e celebrar.

O efeito desta compreensão é a desdramatização da morte e a jovialidade da vida. A vida não foi criada para terminar na morte, mas para se transformar através da morte. Esta representa aquele momento alquímico de passagem para uma outra ordem de realidade, onde a vida pode continuar sua trajetória de expressão das infinitas possibilidades que contém, até aquela de poder se fundir com a Suprema Realidade.

Então podemos dizer: não vivemos para morrer. Morremos para viver mais. Melhor ainda: para permitir a ressurreição da carne que é a revolução dentro da evolução

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Capítulo Eletivo

Mensagem enviada pela fraternidade S. Francisco de Assis, em Guarulhos-SP.
Paz e Bem
Oswaldo
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PAZ E BEM!
HOJE, DIA 21 DE OUTUBRO DE 2007, ACONTECEU O CAPÍTULO ELETIVO DE NOSSA FRATERNIDADE E FORAM ELEITOS PARA O TRIÊNIO DE 2007 A 201O:
MINISTRA: NILCEIA CRISTINA PREVELATO DE ALMEIDA CASTELHANO;
VICE-MINISTRA: MARLENE DUARTE;
MESTRA DE FORMAÇÃO: MARIA LUISA ALVES DE PAULA;
SECRETÁRIA: MELÂNDIA PIFFER CACELA;
TESOUREIRA: ANA MARIA LOBATO CHAVES;
ANIMADOR VOCACIONAL: LUÍS CARLOS DA SILVA.

QUE DEUS NOS INSPIRE POR SEU ESPÍRITO SANTO , NOSSO MINISTRO GERAL, QUE SEJAMOS VERDADEIROS SERVIDORES DE JESUS CRISTO, E POSSAMOS LEVAR COM A SUA GRAÇA TODOS OS NOSSOS IRMÃOS A UMA AUTÊNTICA VIDA EVANGÉLICA CONFORME À REGRA QUE PROFESSAMOS. AMÉM.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ereção da Fraternidade de Bragança Paulista

08/10/2007
Ereção da Fraternidade da OFS-Bragança Paulista

Bragança Paulista (SP)

Os Irmãos e Irmãs da Fraternidade Santa Maria dos Anjos de Bragança Paulista convidam para a Missa de Ação de Graças quando será feita a Ereção Canônica da Fraternidade bem como o Compromisso Definitivo de Vida Evangélica na Ordem Franciscana Secular.

Local – Asilo de Mendicidade São Vicente de Paulo
Data – 10 de novembro de 2007
Horário – 18h30
Endereço – Rua Dr. Albino Dantas, 220 - Centro (Próximo ao Jardim Púbico)
Bragança Paulista
Fone – (11) 40330545

(fonte: www.franciscanos.org.br)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ciência e Espiritualidade Leonardo Boff - Teólogo

(texto enviado pela Ir. Claudete)

É de Einstein a frase:"a ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega". Com isso queria dizer que a ciência levada até a sua exaustão termina no mistério que produz assombro e encantamento, experiência típica das religiões. A religião que não se abre a este mistério das ciências deixa de se enriquecer, tende a se fechar em seus dogmas e por isso fica cega.

A ciência se propõe explicar o como existem as coisas. A religião se deixa extasiar pelo fato de que as coisas existem. O que é a matemática para o cientista é a oração para o religioso. O físico busca a matéria até a sua última divisão possível, os topquarks, chega aos campos energéticos e ao vácuo quântico. O religioso capta uma energia inefável, difusa em todas as coisas até em sua suprema pureza em Deus.

Ciência e religião se perguntam: O que se passou antes do Big Bang e do tempo? Muitos cientistas e religiosos convergem nesta compreensão: Havia o Mistério, a Realidade intemporal, no absoluto equilíbrio de seu movimento, a Totalidade de simetria perfeita e a Energia sem entropia.

Num " momento" de sua plenitude, Deus decide criar um espelho no qual pudesse ver a si mesmo. Cria aquele pontozinho, bilionesimamente menor que um átomo. Um fluxo incomensurável de energia é transferido para dentro dele. Aí estão todas as possibilidades. Potencialmente todos nós estávamos lá juntos. De repente, tudo se inflacionou e depois explodiu. Surgiu o universo em expansão. O Big Bang, mais que um ponto de partida, é um ponto de instabilidade que no afã de criar estabilidade, gera unidades e ordens cada vez mais complexas como a vida e a nossa consciência.

O Princípio de auto-organização do universo está agindo em cada parte e no todo. Neste universo tudo tem a ver com tudo, formando uma incomensurável rede de relações. Deus é a palavra que as religiões encontraram para esse Princípio, tirando-o do anonimato e inserindo-o na consciência. Para defini-lo não há palavras. Por isso, é melhor calar do que falar. Mas se tudo é relação, então não é contraditório pensar que Deus seja também uma relação infinita e uma suprema comunhão.

Ora, esta idéia é testemunhada pelas tradições religiosas. A experiência judaico-cristã narra continuamente as relações de Deus com a humnidade, um Deus pessoal que se mostra em três Viventes: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O ser humano sente esta Realidade em seu coração na forma de entusiasmo (filologicamente significa ter um deus dentro). Na experiência cristã, diz-se que Ele se acercou de nós, fez-se mendigo para estar perto de cada um. É o sentido espiritual da encarnação de Deus em nossa miséria.

A ânsia humana fundamental não reside apenas em saber de Deus por ouvir dizer, mas em querer experimentar Deus. Atualmente, seria a ecologia profunda, a que cria o melhor espaço para semelhante experiência de Deus. Mergulha-se então naquele Mistério que tudo penetra e tudo sustenta.

Mas para aceder a Deus, não há apenas um caminho e uma só porta. Essa é a ilusão ocidental, particularmente das igrejas cristãs, com sua pretensão de monopólio da revelação divina e dos meios de salvação. Para quem um dia experimentou o Mistério que chamamos Deus, tudo é caminho e cada ser se faz sacramento e porta para o encontro com Ele. A vida, apesar de suas muitas travessias e das difíceis combinações da dimensão dia-bólica com a simbólica, pode então se transformar numa festa e numa celebração. Ela será leve, porque carregada da mais alta significação.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

IRMÃ MORTE

Clique na figura abaixo e seja redirecionado para o site dos FRANCISCANOS, nas páginas que tratam do relacionamento de S. Francisco e a Irmã Morte, sob diversas óticas.

Excelentes textos.

Agradeço à Maria Adriana o envio da sugestão.

Oswaldo

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Testemunha de um Deus VIVO e ATUANTE


Francisco deu ao mundo uma vida de simplicidade radical, desvinculada de quaisquer posses e, portanto, livre para seguir os acenos da graça e o caminho que leva a Deus, a qualquer momento e em qualquer lugar em que Deus o chamasse.

Seu espírito possuía excepcional espontaneidade: corria ao encontro das necessidades alheias, assim como se apressava em chegar até Deus, que continuamente o convidava a novas aventuras.

Francisco não era um teórico da vida espiritual. Jamais falava de Deus a não ser em termos de experiência, porque era testemunha de um Deus vivo e atuante. Falava somente daquilo que conhecia, ouvia e sentia.

Nesse particular, nós o vemos, ao longo dos séculos, como exemplo do que Deus é capaz de fazer, isto é, principalmente maravilhar-nos, alterar radicalmente a maneira pela qual vivemos e agimos.

Nos trechos dramáticos de sua própria vida, e na forma pela qual um playboy simpático, mas um tanto vazio se transformou em modelo de servidor do mundo, ele revelou a presença de Deus no tempo e na história. Em outras palavras, sua credibilidade é grande por haver ele demonstrado que nosso melhor momento acontece quando ousamos permitir que Deus penetre em nossas vidas.

Os extremos da vida de Francisco, durante os quais ele passou de playboy a penitente, e de pobre a santo, revelam um indivíduo que se colocou à margem do mundo. Em sua identificação com aqueles que a sociedade polida rejeita, Francisco questionou a insensatez de confiar no dinheiro, nos bens e coisas materiais em busca da felicidade.

Sua fígura atrai praticamente a todos, provavelmente porque (ao contrário da maioria dos santos) ele não é propriedade da Igreja Católica Romana.

Sua primeira grande biografia moderna foi escrita por um protestante francês; um dos mais importantes historiadores do franciscanismo foi um bispo anglicano; um ortodoxo grego é autor de um vigoroso romance sobre sua vida; e para ser fotografado em uma conferência de paz em Assis, o Dalai Lama quis sentar-se no lugar que Francisco mais amava, e no qual morreu.


De Donald Spoto, extraído do livro "Francisco de Assis, um Santo Relutante", Editora Objetiva.